O grande e lindo autor moçambicano Mia Couto escreveu uma trilogia chamada As Areias do Imperador. Já comentei aqui no blog sobre o primeiro volume, Mulheres de Cinza. E dando continuidade, acabei de ler esses dias o segundo volume, Sombras da Água, lançado pela Companhia das Letras em setembro de 2016.
No primeiro livro, Mulheres de Cinza, acaba com o Sargento Germano de Melo ferido nas mãos, sendo transportado pelo rio Inharrime para o único hospital da região em Chicomo em companhia da moçambicana Imani, do pai e irmão de Imani e da italiana Bianca. Antes de chegarem ao destino, resolvem pernoitar em Sana Benene na Igreja onde o Padre Rudolfo Fernandes residia. Padre esse quem ensinou a Imani a falar e escrever o idioma dos portugueses. O padre ficou feliz em novamente encontrar sua protegida e seus familiares. O Sargento Germano necessitava urgentemente de cuidados médicos por conta dos tiros que levou nas suas mãos, foi logo socorrido pela Bibliana, uma negra alta e magra, uma milagreira, a melhor das curandeiras da região.
E assim a história de amor entre o português Germano e da Moçambicana Imani continua nesse volume. Nesse livro o Sargento está a cada dia que passa mais apaixonado por Imani e relata esse amor nas cartas que envia para o Tentente Ayres de Ornelas, que não aprova esse relacionamento. Moçambique ainda está em guerra entre os portugueses e o Rei de Gaza. O irmão de Imani acaba sendo morto confundido por inimigos e assim seu pai quer dar Imani como esposa ao Rei de Gaza para assim vingar a morte do filho. O Rei tem várias esposas e Imani seria mais uma na sua corte para poder envenena-lo. No meio da negociação os portugueses acabam prendendo o Rei e algumas das suas esposas e com a comitiva Imani vai junto! Nessa altura do livro o Sargento Germano já está em Chicomo no hospital e chega na mansão do Rei de Gaza bem no momento da captura. Assim termina o segundo volume.
Vou confessar uma coisa para vocês, não gostei tanto do primeiro volume, tanto que demorei para ler o segundo volume. Era meu primeiro contato com a escrita do Mia Couto e acabei achando a narrativa muito arrastado. Não sei se Mia Couto estava apresentando os personagens, achei cansativo o primeiro livro.
Nesse segundo tudo mais rápido e mais claro. A história tem um ritmo bom. Os personagens cresceram, tomaram vida. Já estava familiarizada com todos eles e assim ficou bem mais fácil a compreensão. E nesse volume o Mia Couto arrasa com as frases poéticas salpicadas em toda a história. Amei esse livro, já querendo muito o último volume que acaba de ser lançado pela Companhia das Letras O Bebedor de Horizontes!
Beijos literários
Adriana Balreira
3 comentários:
não vou ler em detalhes pq amo esse autor e vou querer ler esse livro. a capa é lindíssima. como em geral são as capas de seus livros. beijos, pedrita
Oi Adriana,
Eu continuo em dívida com Mia couto. preciso muito ler...
Beijos
Eu ainda não Li Mia Couto, mas pretendo em breve! Ótima resenha :)
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Olá, adoro ler os comentários que vocês deixam.
Beijos
Adriana Balreira