Recebi da Companhia das Letras o livro do paquistanês Mohsin Hamid "O último homem branco". Desse mesmo autor li "Como ficar podre de rico na Ásia emergente" que também fiz uma resenha dele aqui no blog e amei a escrita do Mohsim Hamid. Por isso fui ler logo que chegou.
Junto com o livro, a Companhia das Letras enviou uma cartinha que o autor narra um pouco do porquê dele ter escrito esse livro. Na carta ele fala do desconforto de como era tratado nos aeroportos do mundo inteiro por ser paquistanês após os ataques das torres gêmeas de 11 de setembro de 2001. Quando ele notou que sua cor era bem diferente. Assim ele se deu conta que não era tão "branco" como ele pensava. Pensando nesse viés, o mundo pós atentado terrorista de 11 de setembro foi bem cruel para os nascidos no Oriente Médio e/ou descendentes.
Voltando para o livro, o protagonista Anders acorda e percebe que seu corpo está um pouco diferente, sua cor já não é mais a mesma. Sua cor que era branca, escureceu da noite para o dia. Não era mais um homem branco. Apavorado liga para sua melhor amiga Oona para contar o que lhe aconteceu. Oona vai encontra-lo e estranha a nova aparência do seu amigo, mas o apoia. Muito mais que um apoio, Oona e Anders acabam se envolvendo. Ele tenta de todas as maneiras não se expor demais, mas tem que trabalhar, viver. Nota que as pessoas não falam mais com ele como antes. Por conta da sua nova cor, é tratado com indiferença.
E na cidade começa a surgir novos casos de mudanças de cor nas mais diversas pessoas.
Com isso as pessoas brancas se revoltam e tentam afugentar essas pessoas modificadas, pelo receio de também mudarem de cor, como fosse uma doença contagiosa. Ao ser abordado em sua casa por policiais para o expulsarem de lá, com medo, Anders foge e volta a morar com o seu pai que está muito doente, em fase terminal. Seu pai não o reconhece com sua nova aparência mas o acolhe, o esconde da fúria das pessoas brancas. Oona mora com sua mãe, mãe que fica ligada direto nas redes sociais e fica sabendo da mudanças da grande parte da população. E que não tarda a chegar a todos da cidade, inclusive Oona e sua mãe. E nesse novo sistema de todos serem da mesma cor, que o livro vai finalizando.
Uma distopia misturada com muito romantismo e lições de vida. Um livro curtinho, delicioso de ler. O autor prende o leitor na narrativa. Muito gostoso e essencial nesse mundo que vivemos, cheio de racismo e preconceitos. A leitura desse livro traz que a cor das pessoas pesa muito ainda, o que não era para acontecer. Somos iguais, devemos lutar contra todo esse racismo. Amei muito o livro "O último homem branco"! Vale a pena a leitura.
Beijos literários
Adriana Balreira
1 comentários:
Conheci o Moshin Hamid através do "Como ficar podre de rico na Ásia emergente" que é um dos livros que mais amo na vida e nunca pensei que alguém tão lúcido e assertivo não sabia que "não era branco". Estou chocada, mas é aquela coisa: sempre temos uma inocência para perder. Esses períodos críticos como o 11 de Setembro tem essa capacidade de nos fazer descobrir novas inocências e perde-las dolorosamente. Fiquei com vontade de ler o livro só de saber dele através do seu post retrospectiva agora, lendo a resenha, fiquei com mais vontade ainda, já está no carrinho.
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Olá, adoro ler os comentários que vocês deixam.
Beijos
Adriana Balreira