As Irmãs Romanov - Resenha

Nunca escondi o meu amor à história da Rússia e quando vi o livro As Irmãs Romanov da Helen Rappaport da Editora Objetiva no catalogo dos lançamentos do mês de janeiro da Companhia das Letras enlouqueci! Tinha que ler esse livro. Ansiava saber mais sobre as filhas do último Czar da Rússia.

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Há muito tempo atrás li O Último Czar do Edvard Radzinsky, que relata os últimos dias da família de Nicolau II extraídos dos diários do Czar. Lembro que na época fiquei extasiada com tanta maldade imposta a eles. Uma boa leitura para quem gosta de história.

Já o livro As Irmãs Romanov conta uma história mais abrangente de toda a família Romanov. De como o Czar Nicolau II conhece a Czarina Alexandra, se apaixonam e casam, acontecimento que não era tão comum no século XIX principalmente em famílias reais que priorizavam os laços de interesses ao do amor. A Czarina por ser uma alemã era um tanto hostilizada na enorme Rússia, ela logo não era mulher de festas, preferindo ficar na casa de campo nos arredores de São Petersburgo com sua família. O casal imperial logo ansiavam pelo nascimento de um rebento, porém na primeira gestação nasceu Olga, no dia 03 de novembro de 1895 (dia do meu aniversário!!). Decepção no reino Russo. Só mesmo para os súditos, pois o Czar Nicolau vibrou com a chegada de sua filha. E assim Alexandra foi engravidando na esperança da chegada do seu filho homem, com isso foi nascendo Tatiana, Maria e Anastácia. E depois de uma gravidez psicológica finalmente em 1904 chegou o Czaretich Alexei. Ele nasceu com hemofilia, doença comum na família real inglesa na qual Alexandra era neta da Rainha Vitória. 

Voltemos ao cerne principal do livro que consiste na vida das meninas Romanov, suas percepções do mundo, educação rigorosa dada a elas. Sim, elas não levaram uma vida de conto de fadas como imaginamos. Suas roupas eram simples e não tinham contato com com os nobres russos. Viviam isoladas no Palácio Tsarskoye Selo. Passavam as férias no Iate Standard com os pais e uma extensa escolta de militares russos. Os únicos que as meninas tinham contato. Não tinham amigas, eram somentes as quatros gran-duquesas convivendo com uma mãe extremamente fragilizada pelas dores que a nevralgia lhe causavam. As quatro meninas tinham personalidades bem diferentes e eram extremamentes dóceis. Na época da primeira guerra mundial, as duas mais velhas Olga e Tatiana fizeram curso para serem enfermeiras e atuaram como em diversos hospitais. Almas piedosas e mesmo quando o Czar Nicolau abdicou ao trono e ficaram no exílio domiciliar em nenhum momento as irmãs Romanov se revoltaram. Eram de um afeto aos pais e ao irmão. E só clamavam por deixarem sua família sempre unidas. E como sofreram...

Leiam As Irmãs Romanov, além de uma aula de história, tem uma narração de uma família unida, como muito amor uns pelos outros. Depois dessa leitura minha admiração por essa família só fez aumentar. Não tenho nem palavras para demonstrar o tanto que amei esse livro. Olha que não gosto muito de biografias, pois sempre são um pouco cansativos, mas esse prima por ser claro, conciso e ágil. E não tem nada de política, se limita a descrever o convívio familiar dos Romanov. Morreram tão jovens...

Beijos literários
Adriana Balreira Romanov